BOAL NO CARNAVAL!
08.02.2018
O Instituto Augusto Boal está em clima de Carnaval. Vamos comemorar esta data relembrando momentos importantes vividos por Boal em outros carnavais!
No ano 2000, Augusto Boal foi convidado para desfilar pela União da Ilha no carro alegórico “O Barco da Volta” que homenageava os artistas exilados políticos.
Em sinopse sobre o enredo do ano 2000 da União da Ilha de nome “Pra não dizer que não falei das flores”, encontramos as explicações para o convite ter sido dirigido à Boal:
“Nossa principal intenção é destacar o impulso criativo sugerido nas artes, em função da ditadura militar imposta no período de 1964 a 1984.
A dureza deste regime fez surgir no campo das artes a necessidade de defender nossas características culturais, e retomar o poder das mãos dos militares. Surgiu então, uma produção artística ( música, literatura, artes plásticas, cinema, teatro ) que combinava ousadia e determinação, evidenciando a postura de esquerda dos artistas.
A resposta dos militares foi imediata: Livros foram queimados, teatros invadidos, atores agredidos, letras de músicas, jornais e filmes proibidos!
A Censura era implacável, chegando a atingir até obras clássicas.
Em meio a tanta severidade, as forças armadas continuavam a espancar os estudantes no meio da rua, cujo entusiasmo político, e espirito de luta traziam novas idéias e novos comportamentos. Muitas prisões aconteceram, seguidas de torturas e humilhações. Muitos desapareceram após serem presos e barbaramente torturados. Ninguém estava a salvo desta caçada – desde as personalidades mais respeitáveis, até o mais humilde cidadão. Os artistas continuaram através de suas obras a reagir contra a ditadura. Um grupo de artistas optou pelo deboche e pela ironia para enfatizar uma alienação dirigida ( Movimento Tropicalista ), outros, de forma mais contundente, denunciaram as ilegalidades. (…)
O teatro teve um papel muito importante no sentido de trazer ao público a consciência dos fatos. Como principais espetáculos deste período destacamos:
1964 : ” Opinião”, simbolizando o nacionalismo do espetáculo, bem como a valorização do povo como autêntica fonte de cultura. 1965 : ” Arena conta Zumbi” Gianfrancesco Guarniere e Augusto Boal, com música de Edu Lobo, Ruy Guerra e Vinícius de Moraes. Dramatizando o episódio histórico do Quilombo dos Palmares, que sobreviveu no longo período de 1630 a 1694, mas em realidade criticando o regime imposto no país.
1967 : ” Arena conta Tiradentes”, a História da Inconfidência Mineira, fazendo um paralelo com a situação do Brasil naquele momento.
1968 : ” 1° festival Paulista de Opinião”, um conjunto de peças de 6 autores.”
Informações sobre o enredo encontradas no link: http://www.galeriadosamba.com.br/carnavais/uniao-da-ilha-do-governador/2000/25/