Corpo, voz e riso como ferramentas de luta: Núcleo Feminista da ETP realiza oficinas em abril
18.04.2025
Abril foi mês de reencontro, criação e fortalecimento coletivo no Núcleo Feminista da Escola de Teatro Popular (ETP). Para abrir o ano letivo, o grupo promoveu uma série de oficinas que exploraram o corpo, a voz e a ludicidade como caminhos para potencializar o fazer artístico e político.
O Núcleo nasceu do desejo da ETP de fortalecer o debate feminista dentro e fora da escola, tendo o teatro como ferramenta de luta e transformação social. É um espaço aberto para mulheres cis, trans, travestis e pessoas não binárias, onde o encontro é também resistência. Os encontros acontecem todas as quartas-feiras na Ocupação Gilberto Domingos, do Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), no centro do Rio.
A primeira atividade do mês aconteceu no dia 2 de abril, com uma oficina de perna de pau ministrada por Baby — integrante do núcleo, brincante de perna de pau desde 2019 e atuante na interseção entre cultura popular, arte e educação. O encontro trabalhou equilíbrio, expressão corporal e presença, explorando a altura como afirmação de potência.
No dia 9 de abril foi a vez do riso tomar conta do espaço, com a oficina de palhaçaria conduzida por Letícia Figueiredo, palhaça e atriz de Duque de Caxias (RJ), atualmente mestranda em Artes da Cena com pesquisa sobre palhaçaria feminista e neurodiversidade. A atividade mergulhou no jogo cômico, na escuta e nas possibilidades da presença cênica como gesto político.
Encerrando o ciclo, no dia 16 de abril, a oficina de voz foi conduzida por Dani Arreguy — atriz, cantora, compositora e também integrante do núcleo feminista. Formada em Artes Cênicas pela CAL, Dani propôs uma imersão na potência vocal e em suas múltiplas expressividades, ativando a escuta e o grito como forma de ocupação de espaço.
A escolha pela Ocupação Gilberto Domingos como local dos encontros não é à toa. O MUCA, Movimento Unido dos Camelôs, é uma articulação popular fundamental na luta pelo direito ao trabalho digno nas ruas da cidade. Desde sua fundação, tem se aproximado do Teatro do Oprimido como linguagem capaz de construir consciência crítica, promover diálogo e fortalecer a organização coletiva.
Ao ocupar esse espaço, o Núcleo Feminista da ETP também se alia a essa luta, afirmando que o teatro político se constrói com o pé no chão e o corpo em movimento. Que venham os próximos encontros, porque seguimos juntas, organizadas e em cena.
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O Núcleo Feminista faz parte do projeto “Escola de Teatro Popular” com patrocínio do Ministério da Cultura, através da emenda 958743″