REFLEXÕES PORTENHAS
23.04.2011
Quero aproveitar o fato de termos um blog e de me encontrar neste momento em Buenos Aires, para expressar uma antiga preocupação.
Por que neste momento? Por que em Buenos Aires?
É que conversando com algumas das pessoas que aqui praticam o método do Boal, comentamos novamente o nosso receio de que este se desvie dos seus objetivos ideológicos iniciais e fique esvaziado do seu conteúdo político.
Augusto Boal foi um pensador do teatro, um pesquisador, articulando teatro com filosofia, pedagogia, ética e as mais diversas áreas do pensamento.
Criador de um movimento que ganhou uma enorme repercussão, seu teatro foi ideológico, experimental no sentido de fora do perímetro (Mauricio Kartun), buscando sempre expandir os limites, amplia-los, porém, não em qualquer direção. A direção foi sempre muito clara, porque marcada por uma ideologia. Seu pensamento amplo e aberto, sem nunca deixar de tomar partido.
Eu mesma, que durante 43 anos acompanhei a sua trajetória, posso testemunhar do total engajamento político do Boal. Isso é muito claro ao longo de toda a sua obra, quer se trate do teatro do oprimido, das suas peças de teatro ou dos seus textos teóricos.
Nós queremos, através do Instituto, manter o seu pensamento vivo sem nunca deixar de respeitar as suas opções.
Quero convidar todos aqueles que se interessem por Arte Política, como ele sempre se interessou, a se manifestar neste espaço para inaugurar um diálogo sobre essa importante questão:
A função política da arte.
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