A peça Revolução da América do Sul foi escrita por Augusto Boal e dirigida por José Renato no ano de 1960. A dramaturgia da peça revela uma forma épica de se fazer teatro no Brasil e Boal revela ter sido influenciado por Brecht ao escrevê-la. O protagonismo da peça é dado à classe operária, com a figura do José da Silva. As questões sociais emergentes no Brasil são colocadas no palco do Teatro de Arena em São Paulo.
Para a pesquisadora Iná Camargo Costa a peça é a primeira do teatro épico no Brasil. Ela também ressalta as características de agitprop da peça contando que depois uma cena da mesma seria utilizada pelo CPC da UNE:
“O reconhecimento de que Revolução na América do Sul tem características de agitprop aconteceu de modo mais ou menos imediato. Uma das cenas da peça expõe a presença do imperialismo na vida cotidiana dos trabalhadores brasileiros e por isso foi incorporada ao repertório dos grupos do Centro Popular de Cultura (CPC) – a nossa agência mais conhecida de agitprop no início dos anos 1960. Esta cena pode ser classificada como peça de agitação, até porque adquiriu vida própria.” (COSTA, Iná Camargo. Agitprop e Teatro do Oprimido)
Posteriormente a Revolução da América do Sul foi adaptada e dirigida por Boal na Argentina recebendo o nome “Ay! Ay! No hay Cristo que aguante, no hay!” e encenada pelo Grupo El Manchete no ano de 1973, treze anos após a sua estreia no Brasil. E também montada na Alemanha com o título de “Revolution auf südamerikanisch” no Atlantic-Theater em outubro de 1981.