Depois de o sucesso de Arena Conta Zumbi, o Arena resolve investir nessa fórmula que deu certo: musicais, sistema coringa, questões políticas e sociais. Em abril de 1967, em São Paulo, o grupo estreia o espetáculo Arena Conta Tiradentes. Escrito por Augusto Boal e Gianfrancesco Guarniere a peça traz como figura central a figura de Tiradentes como herói revolucionário. O Sistema Coringa ganha com este espetáculo sistematização teórica.
David José encenou o herói Tiradentes, voltado para o método Stanislavskiano, o restante do elenco trabalhou no sistema coringa, interpretando vários papéis. Os escritores também participaram da cena, Boal como diretor e Guarniere como Coringa, explicando os acontecimentos da cena.
A história passada na Inconfidência Mineira é revisitada com o olhar voltado às questões relativas ao golpe sofrido no ano de 1964. A peça, em tempos de golpe, incita a revolução.
“A proposta de ação política, o chamar em armas um povo que está ausente do processo revolucionário, atraí-lo para uma resistência organizada sem a sua participação, pode ser autoritária, mas recai também no gesto de desespero, quase na mesma rebeldia romântica que transborda em Zumbi. Historicamente, no Brasil de 1967, ela resultou na substituição de uma ‘política de massas’ populista pela ação armada de vanguarda, tão paternalista no substituir as massas, quanto generosa em heroísmo”. (Claudia de Arruda Campos, no livro “Zumbi, Tiradentes”– Perspectiva, 1988)
Local
Teatro de Arena, São Paulo
TEXTO
Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri
MÚSICAS
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Sidney Miller e Théo de Barros
CENOGRAFIA E FIGURINO
Joel de Carvalho
Direção musical
Maurício Tapajós
direção de produção
Nélson Candau
direção geral
Álvaro Guimarães
produção
Sociedade Carioca de Espetáculos
Músicos
Henry, Kim e Cândido Faria