Augusto Boal

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Já está disponível Teatro Situado. Revista de artes cênicas com olhos latino-americanos. N°6. Edição bilíngüe espanhol/português. Este número contém textos da Argentina, Bolivia, Brasil, Cuba, México, Peru, Porto Rico, sobre o tema Teatros e Militâncias.

Coordenadoras: Julieta Grinspan | Mariana Mayor | Mariana Szretter | Design gráfico | Lorena Divano e Lucas Arias. Imagem de capa: Marea Roja. Fotografia de Claudia Córdova Zignago, novembro de 2020.

Ya está disponible Teatro Situado. Revista de Artes Escénicas con ojos latinoamericanos. N°6. Edición bilingüe español/portugués. En este número hay artículos de Argentina, Bolivia, Brasil, Cuba, México, Peru, Puerto Rico, sobre el tema Teatros y Militancias. La descarga de la revista es libre y gratuita.
Coordinadoras: Julieta Grinspan | Mariana Mayor | Mariana Szretter | Diseño gráfico | Lorena Divano y Lucas Arias. Imagen de tapa: Marea Roja. Fotografía de Claudia Córdova Zignago, noviembre de 2020.

Pronunciamento de Augusto Boal em ocasião de Jair Bolsonaro ter defendido, em 1993, que a passada ditadura militar no Brasil retornasse e o Estadão ter justificado essa defesa. Boal entendia a importância de falas como estas não passarem desapercebidas e se posicionava diante disso. Esse pronunciamento é um importante documento histórico para o Brasil que em 2018 elegeu Jair Bolsonaro como Presidente da República.

Augusto Boal, exilado de seu país, viveu um período em Portugal pouco depois de lá ter ocorrido a Revolução dos Cravos: de 25 de abril de 1974.

Em Portugal, Augusto Boal escreveu críticas teatrais para a Revista Opinião. Hoje, em 25 de abril, compartilhamos este artigo em que Boal faz uma reflexão sobre o Teatro após a Revolução, a partir da peça “O Conde dos Bonecreiros e outros condes”.

Em 21 de abril de 1993 ocorreu no Brasil um Plebiscito em que a população deveria escolher monarquia ou república e presidencialismo ou parlamentarismo. Trazendo a complexidade que o tema exigia, sem se ausentar da posição Boal fez um pronunciamento em que afirmou: “Sou presidencialista sem convicção: sou contra esse plebiscito que, seja qual for o seu resultado, como é formulado, não vai plebiscitar nada, ninguém. A cédula que pergunta qual o sistema que desejamos tem tanto valor enérgico como teria se perguntassem “vocês querem isto ou aquilo?”, sem explicar o que seria aquilo ou isto”. O Mandato do Boal diante desse cenário organizou um material para explicar o que se tratava essa votação.

Por fim, em seu discurso, Boal concluiu “Presidencialismo, mas com honestidade, sem fisiologismo”. (Citações tiradas do pronunciamento feito por Augusto Boal na Câmara Municipal do Rio de Janeiro no dia 10 de março de 1993).

Uma das formas que o Mandato Político Teatral de Augusto Boal utilizou para democratizar o acesso à política, foi a criação de um jornal informativo sobre as suas ações na Câmara dos Vereadores. O “Boca no Trombone” foi publicado pela primeira vez em maio/junho de 1995. Essa primeira edição trazia uma análise da conjuntura política que se vivia no Brasil e noticiava a Posse de Augusto Boal na Presidência da Comissão dos Direitos Humanos na Câmara do Rio de Janeiro. Compartilhamos hoje a capa desta primeira publicação: “Brasil de Sinal Trocado”.

Em abril as publicações das nossas redes serão dedicadas ao período em que Boal foi vereador na cidade do Rio de Janeiro.


Em janeiro de 1993, Augusto Boal toma posse na Câmara Municipal do Rio de Janeiro com o seu Mandato Político Teatral, junto a um grupo de animadores culturais, seus assessores. Na foto abaixo, Chico Alencar, Adilson Pires, Antônio Pitanga, Benedita da Silva, Augusto Boal e Jurema Batista na posse dos vereadores do PT.


“Pela primeira vez na história do teatro e na história da política, uma companhia teatral inteira entra para o Poder Legislativo. Como se deu o milagre? A coincidência como categoria do acaso. O desejo e a meta: ir além!” (BOAL, 1996)

Seu mandato pretendia democratizar a política, através do teatro. Como já vinha desenhando, desde a campanha do Lula de 1989, propostas para o PT de uma linha da Cultura Política. Foi durante seu mandato que desenvolveu o Teatro Legislativo, que trazia o Teatro Fórum, técnica já difundida do Teatro do Oprimido, para o debate político, para criação de leis, junto a quem Boal acreditava que deveria criar as leis: o povo. Com isso, diversos grupos e coletivos teatrais foram criados na cidade do Rio de Janeiro e muitas leis foram debatidas na rua, com a população, através de peças teatrais. Muitas dessas leis foram aprovadas. Ao longo do mês iremos compartilhar documentos, discursos, fotos, depoimentos, relativos a esse período da vida política do dramaturgo.

CORAGEM DE SER FELIZ foi o lema da campanha de Augusto Boal a vereador, pelo Partido dos Trabalhadores. Essa semana iremos compartilhar alguns materiais e registros dessa campanha teatral que tomou a cidade do Rio de Janeiro no ano de 1992 e que teve um resultado vitorioso, levando à Câmara do Rio um mandato político teatral, do vereador Augusto Boal, de 1993 a 1996.

Durante a campanha, Boal disse: “eu e minha candidatura a vereador somos atípicos: quero fazer política, mas não quero mudar de profissão – sou um homem do teatro! Para mim, isto sempre foi possível, e agora é necessário: teatro é político e política é teatro.”

O desenho abaixo, foi símbolo de sua campanha. A autoria é de Nadia Turle.

Compartilhamos no início da semana o texto “Sugestões para a Comissão de Cultura”, criado a partir de reuniões na campanha presidencial de 1989, no campo da Cultura.

O trabalho de Boal nesse sentido não se encerrou aí, durante seu mandato como vereador na cidade do Rio de Janeiro, de 1993 a 1996, continuou na elaboração (e na prática) de políticas para a Cultura.

Compartilhamos com vocês hoje “Cultura: projeto de governo ou projeto de sociedade?”, texto de Augusto Boal por uma “política cultural democrática” e com uma proposta de ação para a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

Neste 8 de março compartilhamos alguns registros de mulheres que trabalharam no palco e na política com Boal, ao longo de sua trajetória.

O texto compartilhado hoje, “Sugestões para a Comissão de Cultura”, é de autoria de Augusto Boal e foi escrito em 1989 em ocasião das eleições presidenciais, onde Lula era o candidato ao cargo.

Um grupo de artistas se reuniu durante a campanha e continuou se reunindo mesmo após a derrota, para elaborar juntos políticas para a Cultura.

O texto traz propostas elaboradas como “princípios diretores básicos” para a Cultura. Foi feito em reunião realizada em São Paulo, no dia 25 de setembro de 1989 com o objetivo apresentar o debate ao candidato à presidência, Luiz Inacio Lula da Silva.

O texto na íntegra pode ser acessado aqui, no link abaixo.