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MURRO EM PONTA DE FACA - Texto do Boal e Direçao de Paulo José - ULTIMAS SEMANAS NO RIO. APAREÇAM.

Quero aproveitar o fato de termos um blog e de me encontrar neste momento  em Buenos Aires, para expressar uma antiga preocupação.
Por que neste momento? Por que em Buenos Aires?
É que conversando com algumas das pessoas que aqui praticam o método do Boal, comentamos novamente o nosso receio de que este se desvie dos seus objetivos ideológicos iniciais e fique esvaziado do seu conteúdo político.
Augusto Boal foi um pensador do teatro, um pesquisador, articulando teatro com filosofia, pedagogia, ética e as mais diversas áreas do pensamento.
Criador de um movimento que ganhou uma enorme repercussão, seu teatro foi ideológico, experimental no sentido  de fora do perímetro (Mauricio Kartun), buscando sempre expandir os limites, amplia-los, porém, não em qualquer direção. A direção foi sempre muito clara, porque marcada por uma ideologia. Seu pensamento amplo e aberto, sem nunca deixar de tomar partido.
Eu mesma, que durante 43 anos acompanhei a sua trajetória, posso  testemunhar do total engajamento político do Boal. Isso é muito claro ao longo de toda a sua obra, quer se trate do teatro do oprimido, das suas peças de teatro ou dos seus textos teóricos.
Nós queremos, através do Instituto, manter o seu pensamento vivo sem nunca deixar de respeitar as suas opções.
Quero convidar  todos aqueles que se interessem por Arte Política, como ele sempre se  interessou, a se manifestar neste espaço para inaugurar um diálogo sobre essa importante questão:
A função política da arte. 
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por Izaías Almada

 16 de março é o dia em que Augusto Boal completaria 80 anos de idade. Conheci-o ainda nas salas de aulas da antiga Escola de Arte Dramática na Avenida Tiradentes, onde hoje está a pinacoteca de São Paulo.
Numa ala do velho prédio de tijolos aparentes funcionava a escola de teatro sustentada por Alfredo Mesquita, mecenas do teatro paulista e brasileiro. Eu fazia o primeiro ano do curso de interpretação e Boal dava aulas no curso de dramaturgia.
Minha ligação com o teatro, iniciada em Belo Horizonte, passava primordialmente pelo viés político, sendo na época os Teatros de Arena e Oficina as minhas referências ideológicas para o tipo de teatro que sempre me encantou: o teatro de intervenção social.
Minha natural ansiedade pelos tempos que o país vivia, e o golpe civil militar de 1964 acabaram mudando os rumos da minha vida e, insatisfeito com a posição da maioria dos meus colegas na altura, deixei a EAD de Alfredo Mesquita e, solicitando uma espécie de asilo cultural ao mestre, mudei-me para o Rio de Janeiro com a espinhosa e repentina missão de ser seu assistente de direção num show que se tornaria um dos maiores sucessos do teatro brasileiro, o show OPINIÃO, com Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale.
Cumprida a missão carioca, voltei a São Paulo e me integrei ao elenco profissional do Arena e durante um ano e meio trabalhei na peça Arena Conta Zumbi, musical que deixou sua marca na cena paulista, nacional e internacional. No Arena foram quase cinco anos de trabalho e convivência com Boal, amizade que extrapolou a atividade teatral e resvalou para discussões políticas mais densas e tensas, como nos meses que antecederam e sucederam ao Ato Institucional nº 5 em dezembro de 1968.
Ambos presos, em anos diferentes, frequentamos as celas do Presídio Tiradentes, mas a partir dessa época, lutando pela sobrevivência, pela segurança pessoal e de nossas famílias, tomamos caminhos diferentes. Boal viveu vários anos no exterior, sempre dedicado ao teatro, sendo o criador do Teatro do Oprimido, hoje praticado em mais de 70 países ao redor do mundo.
Pensador, poeta, dramaturgo, revolucionário, vereador pelo PT no Rio de Janeiro, Augusto Boal chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel da Paz em 2008. Um brasileiro que, como muitos outros de seus compatriotas, tem o seu trabalho reconhecido mais fora do Brasil do que no seu próprio país. A recente criação do Instituto Augusto Boal no Rio de Janeiro, dirigido por sua companheira Cecília Thumin Boal, pode ajudar a reparar essa lacuna.
Parabéns Boal, aonde quer que você se encontre.
Izaías Almada é escritor, dramaturgo, autor – entre outros – do livro “Teatro de Arena: uma estética de resistência” (Boitempo) e “Venezuela povo e Forças Armadas” (Caros Amigos).
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Fomos assistir a estreia de Murro em ponta de faca.
Ficamos muito emocionados, tristes e felizes.
Tristes lembrando os momentos difíceis , as perdas, os desenraizamentos.
No final da peça Fabian falou com o  elenco e contou como se sentia ele , uma criança, que não entendia porque tinha que se separar dos seus amigos, perder a sua casa, os seus amigos, deixar o seu cachorro.
E não entendia porque nos, os pais, não explicávamos, não podíamos explicar. Porque tinhamos muito medo.
E esse medo era também medo de que criança falasse na escola, contasse para os amigos o que estava acontecendo com a gente.
Nos queríamos ir embora sem ser notados,  tamanho era o nosso medo e a nossa angustia.
Tudo isso reencontramos hoje no espetáculo do Murro , na montagem de Paulo José, tão sensível e  tão bem interpretada pelo elenco de Curitiba.
O medo, a angustia, o tédio, a solidão, as saudades
Só podemos dizer a todos, não deixem de ver este espetáculo.
Certamente não somos muito objetivos nem podemos ser, mas pensamos que realmente vale muito a pena!
Ficamos de retornar, para no final de espetáculo ter debate com o público.

Todos os integrantes do Instituto Boal desejamos manifestar a nossa alegria, o nosso verdadeiro prazer,  pela estreia de Murro em ponta de Faca, a peça que Augusto escreveu  sobre o exilio durante o seu exilio.
Dirigida pelo magnifico ator , diretor e querido amigo Paulo José,  fundador, junto com Augusto , do Teatro Arena de São Paulo.
A peça está em cartaz no Teatro Sesc de Copacabana.
Sem duvida é imperdivel!
A nossa turma estará presente na estreia e voltaremos depois com mais noticias
Convidamos todos a assistir e esperamos os vossos comentarios no nosso blog.

Materia no Jornal “O Globo”, mais no site Globo on-line
Link Veja


Augusto era uma pessoa viva e muita viva.
Por isso não queremos que todos os textos , as fotos, os livros fiquem num museu.
Queremos sim, ter um espaço , uma casa que tenha  não só a função de preservar
os muitos e riquissimos documentos mas que possa também oferecer cursos,
oficinas, seminarios, um lugar de encontro, de encontros, muitos encontros,
de dialogo aberto e de enlaces no melhor estilo de Augusto Boal.
De encontro também com outros artistas que precisem de um espaço para mostrar
o seu trabalho
Nos aguardem!!!

Foi realizada nesta quinta-feira, dia 31, na sede da Seccional, a cerimônia de entrega do 38º Prêmio Jurídico Augusto Boal, que homenageou o dramaturgo ao tratar do tema “Cidadão não é aquele que vive em sociedade; é aquele que a transforma” -Teatro Legislativo – Exercício Pleno da Cidadania e Processo Legislativo.
O concurso avalia obras inéditas de advogados e estagiários e destacou, nesta edição, os trabalhos de Jamile Khede Israel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), premiada com 12 mil reais pelo primeiro lugar, e de Naira Gomes Guaranho de Senna, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que recebeu 10 mil reais pela segunda colocação na categoria ‘Advogado’.

Na abertura da solenidade, o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, ressaltou o orgulho da Ordem em homenagear Boal, exímio defensor dos direitos humanos, que lutou, com sua arte, pela inclusão social das classes menos favorecidas: “Não foi à toa que escolhemos Augusto Boal para dar nome a esse prêmio, porque ele tem, de certa forma, a cara da nossa gestão. Tudo que o ele fez diz respeito àquilo que nós buscamos a frente da OAB/RJ”.
A viúva do dramaturgo, Cecília Boal, esteve presente no evento para receber as homenagens a Augusto e disse que, embora ele tenha ganhado muitos prêmios, tinha uma alegria especial em ver seu nome lembrado pela OAB, por ele, a sua maneira, ter advogado pela causa dos direitos humanos, em todos os sentidos: “Fico feliz com a possibilidade de essa nova geração pesquisar sobre o Augusto e ver sua luta, na época da ditadura, pela cidadania .
Materia na integra no site da OAB-RJ 



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