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AUGUSTO BOAL.
Lembro-me de Boal, como gosto de chamá-lo, andando para lá e para cá, agitado, ágil e risonho no Teatro de Arena de São Paulo, ainda nos anos 50. Nunca estive perto dele, mas de longe era perceptível o seu empenho e alegria com o que fazia.
Tudo era novidade para mim que tinha vindo do Recife, em 1956, depois de meu casamento com um paulistano, Raul Hasche, nos tempos que havia uma enorme distância entre o que se podia fazer lá e o que já se fazia na ”Paulicéia Desvairada”, em termos de teatro.
O Arena mudou-se para o Rio, o Golpe de Estado nos atingiu malvadamente a todos, quer aos que se sabiam diminuídos e submetidos ao autoritarismo do Estado, quer aos que se animavam com os “tempos da moralidade”, da extinção da corrupção. Não se ouvia mais falar de Boal, obviamente, nem de muito/as dos que sonhavam com um Brasil melhor e mais justo. Exilaram-se. Esconderam-se. Ficaram mudos para poderem viver. Foram presos e torturados. Muitos foram mortos. Centenas continuam “desaparecidos”.
Vem a Abertura política, retornam os artistas, os filósofos, os autores e os atores. Os educadores e os cientistas. Pouco a pouco todos os e as que não conseguiam viver longe do Brasil voltam, alegremente, embora ainda temerosos com os atos cruéis da ditadura, para “repovoar” nossas cidades de esperanças e alegrias. Nosso país se renova e a luta pela liberdade de expressão, mesmo que ainda cambaleante, vai tomando o seu espaço usurpado como tinha sido pelos militares e seus pares no poder.
Boal entra em cena, novamente. Agora com o Teatro do oprimido, que partindo da pedagogia do oprimido, mas com características próprias, se divulga pelo Brasil e pelo mundo. Faz sucesso porque atende às aspirações e aos desejos populares.
Os anos se passaram e, de repente, eu já viúva, me caso com o “educador da consciência crítica”, Paulo Freire, que influenciou Boal a criar o teatro do oprimido. Representação dramática ou cômica que tem como fim último o mesmo do Método Paulo Freire de Alfabetização: possibilitar aos oprimidos e oprimidas, pela conscientização, saírem da condição de objeto para se tornarem também sujeitos da História.
Boal não copiou Paulo. Não foi seu discípulo no sentido que é atribuído correntemente à esta condição. Ele foi um recriador de Paulo, como tanto queria o meu marido. Tomou as bases da utopia freireana e a socializou no teatro de rua, no teatro conscientizador, no teatro que abre as portas para a cidadania e a libertação, assim como Paulo tinha feito com a educação. Inventaram a pedagogia e o teatro político brasileiro, a partir do cotidiano dos brasileiros e das brasileiras. Por isso se tornaram universais. Tanto Boal como Paulo se preocupavam, portanto, em resgatar a humanidade roubada deles e delas.
Numa linda noite carioca Boal e Cecília nos receberam para um jantar e para conversas amenas, no lindo apartamento deles, de frente para o mar. Anos depois ele, enquanto Vereador do Rio, propõe e entrega a Medalha Prefeito Pedro Ernesto a Paulo. No dia anterior foi nos receber no Aeroporto Santos Dumont. Não posso esquecer a cena, espontânea, amorosa, nada teatral: ele em passo ritmado, face risonha com um buquê de flores na mão, o qual segurava com firmeza, mas com ternura caminhando devagarzinho em direção a Paulo. Entrega o buquê. Abraçam-se e trocam beijos.
Anos depois Boal e Paulo recebem numa mesma cerimônia, o mesmo título: o de Doutor Honoris Causa da Universidade de Nebraska, em Omaha, nos EEUU. A cerimônia tinha a cara dos dois: homens sérios, pensadores famosos alegres como crianças. Era o primeiro desses títulos de Boal. Paulo, dez anos mais velho, recebia o seu trigésimo. Ficamos alguns dias juntos, nos conhecemos de perto, ficamos mais próximos e amigos.
Dois anos depois sou novamente recebida por Cecíla e Boal no nos apartamento deles do Arpoador. Falamos muito sobre Paulo. Perguntaram-me como tinha sido os últimos dias de Paulo. Boal se espantava como Paulo, na UTI de famoso hospital de São Paulo, tinha morrido depois que “tudo tinha passado…quando tudo estava sobre controle”, na voz dos medidos. Com Boal também foi a mesma coisa. Os médicos também disseram a Cecília, descanse em paz que seu marido está bem!
Almas gêmeas na generosidade e na grandeza da entrega para o querer bem aos outros e às outras; na astúcia de perceber a realidade perversa, mas continuarem firmes lutando com esperança por um mundo melhor; na amorosidade de amarem pessoas de qualquer cultura; na tolerância com relação às fragilidades humanas, que fingiam não ver Partiram, em condições idênticas, num mesmo dia, o 2 de maio, mas com 12 anos de diferença. Triste coincidência ou vontade de Deus?
Como “anjos” viveram sem querer ver as maldades humanas. Como homens amantes da Vida devem estar conversando no Céu sobre o querer bem que tiveram por muita gente de diferentes partes do mundo, mas, sobretudo sobre o amor que têm por mim e por Cecília!
Nita Freire
Ana Maria Araújo Freire é Doutora em Educação pela PUC/SP. Entre seus livros publicados se destaca o Paulo Freire: uma história de vida. Indaiatuba: Editora Villa das Letras, 2006. Prêmio Jabuti 2007, 2º Lugar, Categoria Biografia.
BOAL, 80 ANOS.
Longa vida à memória de Augusto Boal! Proclamou Maria Rita Kehl…
Devemos muito ao Boal! Constatou Celso Frateschi…
Uma salva de palmas para Boal! Pedi à jovem platéia do teatro…
Nos reunimos na Companhia do Latão para homenagear o Boal, que faria este ano 80 anos. Teatro cheio, muita gente de pé, um clima solene com o som inicial do Hino Nacional executado e cantado pela moçada do Teatro União Olho Vivo, comandada pelo César Vieira. Um tempo com todos entreolhando-se: é pra levantar ou ficar sentado? Um bumbo logo alterou o ritmo com cadência e os instrumentos deram uma guinada para o samba e o coro gingou como num terreiro de escola de samba! Todos se animaram na platéia e acompanharam sentados na batucada patriótica! Agora o tom era de Boal! César Vieira saca muito o Mestre! O contraponto entre a letra rebuscada e a batida de samba remeteram à idéia que os alemães tiveram da proposta de Boal: um teórico da alegria e do humor! Sério na proposta, sorrindo da execução! Brecht com nariz de cloown! Isso encantou toda a Europa por todas as informações que nos chegam sobre a atuação do Boal no velho e carrancudo mundo.
Depois do samba Sérgio de Carvalho, diretor do Latão, abriu a sessão, anunciando uma cena especialmente composta para a ocasião: cenas de Hamlet com tempero de Boal, fusão de Shakespeare com o texto da autobiografia do filho do padeiro. Uma delícia! O tom inicial e grave do bardo inglês na cena da aparição do fantasma, foi sendo aos poucos, em cenas posteriores, quebrado pelo tom cheio de verve e humor do carioca da Penha. Em vez de ser ou não ser, a proposta do Boal do “ser e não ser”! A dicotomia que leva a um enfoque dialético! Vibrei eu, que fui aluno do mestre e bebi durante dois anos essa dialética que mudou minha visão do mundo.
Em seguida, as palavras de Sílvia Balestreri fizeram uma fusão de frases das memórias imaginadas por Boal do livro “Hamlet e o filho do padeiro”, e de e-mails trocados por ela e o Mestre durante os últimos anos. Risos e lágrimas, que Sílvia conseguiu disfarçar muito mal. E a platéia sorriu e disfarçou as lágrimas com ela.
Depois dos risos e lágrimas, a revolta contida e educada nas palavras do ator Celso Frateschi, que mencionou o teatro jornal, que deu origem ao Teatro do Oprimido, a grande criação do Boal. Celso nos falou do espaço do Areninha, dos ensaios corridos do Teatro Jornal, da interessante contribuição do Sábato Magaldi e outros intelectuais que divulgaram corajosamente, em tempos de ditadura, essa criação de forte contestação aos acontecimentos vivos daqueles difíceis dias. E acrescentou com vigor, sempre educado, sua decepção pela fraca acolhida do nosso país à criatividade e trabalho monumental que Boal levou o mundo a fora. Considerado gênio em vários países, Boal ainda não teve o reconhecimento que merece aqui no Brasil. Por que?
A seguir a demonstração viva de um exercício do teatro do Oprimido, comandado pela Kely di Bertoli, fez a platéia se divertir. Um jogo teatral em que três personagens marcham com postura marcial, em contraponto com outro personagem que deseja dançar! A repressão dos marchadores impedem a expansão lírica da ginga do bailarino. E acabam por impor de forma brutal a imobilidade do sambista com sua violência e arrogância. A platéia discute! O que fazer?! Como o bailarino pode exercer sua liberdade contra o poder da força?! Novos bailarinos tirados do público, tentam caminhos para quebrar a imposição dos três personagens militares. E ao final, um espectador mais esperto acaba por induzir, com charme e astúcia, os militares a passarem da marcha ao gingado do samba! Aplausos!
Maria Rita Kehl, tomando o exemplo, conta com humor delicioso seu primeiro contato com Boal. Psicanalista como Cecília, mulher do Augusto, ela visitava o casal, sentia a gentileza do mestre mas ele sempre tinha um motivo para se isolar em seu aquário, cuidar de seu trabalho. Até que um dia Cecília convenceu o marido a ouvir uma palestra de Rita sobre televisão. Não deu outra: o ilustre marido de Cecília entendeu que Rita estava absolutamente sintonizada com o mundo dele e abriu um longo diálogo. Rita escreveu: “Ele não tinha nada a aprender comigo, embora tenha percebido em mim, rapidamente, uma aliada. Mas percebeu também que poderia me ajudar a ampliar meu horizonte de psicanalista de esquerda. E prosseguiu com emoção e entusiasmo: “duvido que alguém tenha passado por ele sem aprender muito. Mas, como todos sabem, ele não era nem um pouco professoral. Simplesmente o modo de ele estar no mundo, com o outro, era este: pensante, pensante, pensante. Pensava com entusiasmo, descobria e transmitia com entusiasmo. Por isso, ensinava”. E para a plateia jovem que já havia participado do jogo proposto pela cena dos marchadores e do bailarino, ela expôs: “vou direto ao ponto: com ele entendi que a subjetividade é um palco e nós, que nos achamos tão espontâneos e autênticos, estamos sempre representando. Entendi também que o papel que escolhemos representar, nos modifica. Este é o “milagre” operado pelo teatro do Oprimido. Quando escolhemos o papel de agentes transformadores da realidade em que vivemos, este papel há de nos transformar para que sejamos capazes de contribuir com a transformação social. Se escolhermos o papel de vítimas passivas, ficaremos passivos e vitimados, a fazer um teatrinho de lamúrias e denúncias”.
Boal: “Somos Teatro mesmo que não façamos Teatro”
Coube a mim seguir com o ritual. Sim, por que naquele momento depois do Hino, das apresentações, das palavras cheias de humor, alerta e emoção, o clima de ritual se impunha. Pela grandeza da figura do homenageado! Mas sem caretice, sem solenidade. O que me impressionava naquele momento era a absoluta coerência que havia em todas as intervenções. Aquele “ser e não ser” lançado pelas cenas do Hamlet, sintetizavam, a meu ver, a base em que se apoiava toda a visão do Boal, e que ele, de forma magistral, nos municiara no seminário de Dramaturgia e nas aulas da Escola de Arte Dramática: era um processo de uma riqueza espantosa, porque não estabelece regra de feitura de peças teatrais, ao contrário, estabelece um método de pensar a ação dramática. É muito mais eficiente e eficaz pensar a ação dramática como um sistema, do que estabelecer uma série de regrinhas rígidas de boa dramaturgia. O sistema parte da dialética do Hegel, a famosa tríade, tese, antítese, síntese e mostra que se dramaturgia é refazer a vida no palco, é possível compor vidas e relações a partir da dialética. Enfim, não me cabia pontificar teorias naquele momento, apenas fazer uma constatação. Apressadamente mudei o assunto, contando uma passagem de minha relação com o Boal que nos rendeu momentos heróicos.
Como o cerco da polícia da ditadura crescia a cada momento, o contato entre os autores estava difícil. Qualquer reunião tornava-se alvo de vigilância. Pensávamos, logo éramos suspeitos…
O Sesi, organização dos industriais, mantinha um grupo de teatro. Também pensavam mas não eram suspeitos. Alguém procurou o Osmar Rodrigues Cruz, diretor do grupo, que logo convidou os principais autores de São Paulo para um jantar. E em local reservado do restaurante pudemos abrir nossas bocas não apenas para comer, mas para desabafar, falar das dificuldades, da terrível censura que se abatia sobre o país. Logo estávamos irmanados em nossas angústias, quando, num insight, surgiu uma grande sacada: vamos fazer um espetáculo com peças dos autores de São Paulo mais em evidência! O Boal, com sua habitual argúcia, ampliou imediatamente: “Uma feira! Uma feira com teatro, música, artes plásticas, enfim toda comunidade artística envolvida!”
Assim nasceu a Feira Paulista de Opinião. Autores escreveram peças, Ruth Escobar ofereceu seu Teatro (Gil Vicente), compositores fizeram músicas, muitos artistas plásticos enviaram trabalhos! O espetáculo se armou:
Tema, de Edu Lobo, Enquanto o Seu Lobo Não Vem, de Caetano Veloso, O Líder, de Lauro César Muniz, O Sr. Doutor, de Bráulio Pedroso, ME.E.U.U. Brasil Brasileiro, de Ary Toledo, Animália, de Gianfrancesco Guarnieri, Espiral, de Sérgio Ricardo, A Receita, de Jorge Andrade, Verde Que Te Quero Verde, de Plínio Marcos, Miserere, de Gilberto Gil, A Lua Muito Pequena e A Caminhada Perigosa, de Augusto Boal.
As 80 páginas das peças voltaram da censura com apenas 15, liberadas! 65 páginas cortadas! O que fazer?! Socorro! Socorro Cecília! Vem me ajudar a liberar… quero dizer… vem me ajudar a espanar minha memória para contar essa odisséia!
Cecília Boal juntou-se a mim no palco e rimos muito da tragédia que vivemos! Em agosto de 1968, estreamos nossa Feira, na cara e coragem, na marra! Boal conta em seu livro: ”No dia da estréia proibida, surgiu o movimento artístico de solidariedade mais belo que já existiu! Artistas de São Paulo decretaram greve geral nos teatros da cidade e foram se juntar a nós! Cacilda Becker, no palco, com a artística multidão atrás, em nome da dignidade dos artistas brasileiros, assumiu a responsabilidade pela Desobediência Civil, que estávamos proclamando! A classe teatral aboliu a Censura! Estrondosa ovação: vitória da Arte contra a mediocridade! Vitória da liberdade de expressão. Democracia!!!”
Mar de rosas? Cecília lembrou que no dia seguinte, a polícia cercou o teatro. Como fazer o segundo espetáculo?! Os atores se agruparam, espalharam para o público que o espetáculo seria feito no Teatro Maria Della Costa, onde estava a Fernanda Montenegro com uma peça. Solidária conosco, participou de uma manifestação no palco, onde os atores cantaram músicas do nosso espetáculo. Enquanto isso os policiais confusos, invadiram a peça do Chico Buarque, “Roda Viva”, que estava no teatro Galpão, também no Ruth Escobar. Pancadaria! A Imprensa noticiou no dia seguinte: Guerrilha Teatral!
Depois o espetáculo se apresentou na íntegra em Santo André. E nosso advogado, conseguiu com um Juiz amigo uma liminar que nos possibilitava voltar com o espetáculo. Mas sabíamos, conta Cecília, que policiais em roupa civil, rondavam o espetáculos. Diante da violência contra os atores e atrizes de Roda Viva, alguns se armaram! Um fuzil até apareceu magicamente no teatro! Armas e munições, dois seguranças nas laterais do palco, protegendo os atores.
“Eu morria de medo”, confessa Cecília. Mas o espetáculo permaneceu em cartaz por algum tempo… Com os recos do CCC rondando o teatro. Uma salva de palmas para o Boal, gritei eufórico! A platéia de pé aplaudiu o homenageado que estava ali, juro, mais vivo do que nunca!
Depois as lindas palavras de Nita Freire, viúva do grande Paulo Freire, que criou um método de ensino no qual Boal se inspirou para criar seu Teatro do Oprimido.
E a música do União e Olho Vivo invadiu o palco outra vez com apresentação de um filme cheio de emoção, com a “Canção do Expedicionário”, tema do próximo espetáculo do Grupo “A Cobra Fumou”. César Vieira e Sérgio encerraram o encontro e os jovens emocionados entenderam a época difícil que vivemos e a força de nosso líder e Mestre.
Longa vida à memória de Augusto Boal!
Lauro César Muniz
SP 10.06.2011
Cecília:A coerência do Boal, em toda sua vida, provocou a incrível e fraterna relação entre todos que se apresentaram. Havia um denominador comum que nos uniu: a brilhante cabeça do homenageado.
Vamos lutar para erguer o Instituto. É muito importante manter viva essa chama.
Beijos, Lauro Cesar Muniz.
Oi Cecília,Independente de publicar, quero dizer da relevância desses encontroscomo espaço para recontarmos a história brasileira das últimas décadas, a partir da obra e da vida do Boal. Os depoimentos que presenciamos no sábado relatam não só a genialidade de Boal, mas como sua atuação artística esteve e está ligada a uma postura política de uma geração que não aparece na grande mídia. Para mim, comemorar a vida do Boal é abrir portas que ainda estão emperradas, é disseminar para as gerações mais novas a relação intrínseca entre a arte e a política e de como desta relação pode surgir um outro projeto de sociedade, onde os seres humanos tenham a possibilidade de se desenvolver plenamente.É isso, beijosCris Abramo
Participações
Cecília Boal
Celso Frateschi
César Vieira
Lauro César Muniz
Maria Rita Kehl
Silvia Balestreri Nunes
Coletivo Núcleo 2
Companhia do Latão
Teatro União e Olho Vivo
04 de junho, 18 horas, no Estúdio do Latão
Rua Harmonia, 931 (próximo ao metro Vila Madalena)
Informações: (11) 38141905
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Vídeo feito pelo CTO-Rio, extrato da carta de Belém.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=60Sx9yxDa3g]
Este video foi feito na França em Novembro de 1983, sobre da redução da jornada de trabalho, desculpe ficamos devendo a tradução.
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