Confira a programação do Festival de teatro “O imaginário dos 50 anos do Golpe” no Centro Cultural São Paulo.
dia 1º/4 – terça – 16h
Liberdade é pouco Grupo: Redimunho e convidados – texto: Dorberto Carvalho – direção: Rudifran Pompeu – elenco: Edmilson Cordeiro, Daniela Solano, Sergio Audi, Monica Raphael, Dorberto Carvalho e Rudifran Pompeu Documentário cênico-poético. (75min, livre)
Espetáculo livremente inspirado no texto Liberdade, Liberdade, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, que foi encenado em 1965, no Rio de Janeiro, pelos grupos Opinião e Teatro de Arena. Na atual encenação um anjo, um corifeu e uma mãe, acompanhados de um coro, transitam por espaços e tempos, a partir de cenas, narrativas, depoimentos, frases, fragmentos de poemas e intervenções musicais que compõem um pequeno inventário sobre a censura, a tortura e a trajetória dos mortos e desaparecidos durante um dos períodos mais obscuros de nossa história recente.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Espetáculo itinerante, espaços externos (mais…)
Em 1970, menos de dois anos depois de escrever a peça O Líder, que integrou a Primeira Feira Paulista de Opinião, Lauro César Muniz escreveu O Mito, que faria parte da Feira Brasileira de Opinião, organizada por Ruth Escobar. Entretanto, a peça foi completamente proibida e a Feira não chegou a ser realizada.
Hoje, 50 anos depois do golpe militar de 1964, O Mito será lida pelo grupo Os Fofos Encenam, sob direção de Fernando Neves, como parte das atividades da Vigília pela Liberdade, organizada por Os Satyros. A programação completa pode ser acessada aqui.
Fernanda Azevedo em cena, na peça Morro como um país
Por Eduardo Campos Lima
No dia 18 de março, a atriz Fernanda Azevedo, da Kiwi Cia. de Teatro, recebeu o prêmio de melhor atriz na 26ª edição do Prêmio Shell, em São Paulo. A premiação se relacionou ao seu trabalho na peça Morro como um país, que esmiúça os elementos constitutivos da ditadura brasileira – e de outras ditaduras do século 20 – e os relaciona com suas permanências no presente.
A atriz trocou o discurso padrão de agradecimento pelo protesto, lendo um pequeno texto do escritor uruguaio Eduardo Galeano:
“No início de 1995, o gerente geral da Shell na Nigéria explicou assim o apoio de sua empresa à ditadura militar nesse país: ‘Para uma empresa comercial, que se propõe a realizar investimentos, é necessário um ambiente de estabilidade. As ditaduras oferecem isso'”.
Na entrevista a seguir, Azevedo fala sobre a decisão da Kiwi de utilizar a ocasião para se manifestar e sobre a relação do protesto com a peça do coletivo, que terá uma curta temporada de 26 de março a 17 de abril, no CIT-Ecum, em São Paulo (rua da Consolação, 1623, quartas e quintas, às 21h). (mais…)
Em 1968, o Teatro de Arena de São Paulo organizou a Primeira Feira Paulista de Opinião, reunindo dramaturgos, compositores, artistas plásticos e cineastas. A montagem era composta de seis peças, de autoria de Lauro César Muniz, Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri, Jorge Andrade, Bráulio Pedroso e Plínio Marcos.
O texto foi encaminhado para análise da censura, que demorou muito tempo para se manifestar – procedimento que, de acordo com pesquisadores do teatro feito na época da ditadura, era comumente empregado para inviabilizar as apresentações.
Como tardava a vir uma resposta, a atriz Cacilda Becker, então presidente da Comissão Estadual de Teatro de São Paulo, redigiu carta endereçada ao general José Bretas Cupertino, chefe do Departamento de Polícia Federal, solicitando a liberação integral da peça, “sem a mutilação de qualquer de suas partes”.
O documento pode ser visto neste link: Carta de Cacilda.
Por fim, os censores cortaram 65 das 80 páginas da Feira – e uma grande articulação de artistas foi organizada para denunciar a proibição e apresentar trechos das peças. No grande ato organizado no Teatro Ruth Escobar, foi Cacilda Becker quem tomou a palavra para ler um manifesto dos artistas contra a censura no Brasil.
Por Adailtom Alves Teixeira
A questão central é descobrir se você quer uma cidade para as pessoas ou para o lucro. Para construir uma cidade diferente, é preciso ser anticapitalista. Não há outra forma.
David Havey
A Rede Brasileira de Teatro de Rua (RBTR), formada em 2007, realizará de 21 a 27 de março, na cidade de Londrina/PR, seu XIV Encontro, que vem se desenhando para ser um dos maiores até o momento, pois deve reunir mais de duzentos articuladores de todo o Brasil – que arcarão com os custos das passagens, que, diga-se de passagem, são bastante onerosas em ano de Copa. A recepção dos articuladores ficará a cargo do Movimento dos Artistas de Rua de Londrina (MARL), que realizará também uma Mostra, com apresentações de artistas e grupos locais.
A RBTR é a única rede organizada nacionalmente em seu seguimento e a que mais cresce. Negligenciada pelo poder público, tem à sua frente muitos desafios. Por outro lado, justamente por não ter nada a perder, pode radicalizar sua luta. (mais…)
Aderbal Freire Filho, ilustre membro do conselho do Instituto Augusto Boal, é o vencedor do prêmio Shell 2013 na categoria Direção, com a peça Incêndios.
Socializamos a versão final do TCC de Fabiana Francisca do Rosário, da turma 3 da Ledoc da UnB, assentada no Virgilândia, e integrante do grupo Arte e Cultura em Movimento, e Coletivo Terra em Cena.
A banca de defesa foi composta pelos professores Rayssa Aguiar Borges e Felipe Canova.
Tema: TEATRO DO OPRIMIDO E O PROCESSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA: ESTUDO DE CASO SOBRE O COLETIVO ARTE E CULTURA EM MOVIMENTO. TCC Fabiana VF TO e formacao politica grupo Arte e Cultura em Movimento
Belíssima carta de Flávio Império endereçada a Augusto Boal: