Augusto Boal

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por Izaías Almada

 16 de março é o dia em que Augusto Boal completaria 80 anos de idade. Conheci-o ainda nas salas de aulas da antiga Escola de Arte Dramática na Avenida Tiradentes, onde hoje está a pinacoteca de São Paulo.
Numa ala do velho prédio de tijolos aparentes funcionava a escola de teatro sustentada por Alfredo Mesquita, mecenas do teatro paulista e brasileiro. Eu fazia o primeiro ano do curso de interpretação e Boal dava aulas no curso de dramaturgia.
Minha ligação com o teatro, iniciada em Belo Horizonte, passava primordialmente pelo viés político, sendo na época os Teatros de Arena e Oficina as minhas referências ideológicas para o tipo de teatro que sempre me encantou: o teatro de intervenção social.
Minha natural ansiedade pelos tempos que o país vivia, e o golpe civil militar de 1964 acabaram mudando os rumos da minha vida e, insatisfeito com a posição da maioria dos meus colegas na altura, deixei a EAD de Alfredo Mesquita e, solicitando uma espécie de asilo cultural ao mestre, mudei-me para o Rio de Janeiro com a espinhosa e repentina missão de ser seu assistente de direção num show que se tornaria um dos maiores sucessos do teatro brasileiro, o show OPINIÃO, com Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale.
Cumprida a missão carioca, voltei a São Paulo e me integrei ao elenco profissional do Arena e durante um ano e meio trabalhei na peça Arena Conta Zumbi, musical que deixou sua marca na cena paulista, nacional e internacional. No Arena foram quase cinco anos de trabalho e convivência com Boal, amizade que extrapolou a atividade teatral e resvalou para discussões políticas mais densas e tensas, como nos meses que antecederam e sucederam ao Ato Institucional nº 5 em dezembro de 1968.
Ambos presos, em anos diferentes, frequentamos as celas do Presídio Tiradentes, mas a partir dessa época, lutando pela sobrevivência, pela segurança pessoal e de nossas famílias, tomamos caminhos diferentes. Boal viveu vários anos no exterior, sempre dedicado ao teatro, sendo o criador do Teatro do Oprimido, hoje praticado em mais de 70 países ao redor do mundo.
Pensador, poeta, dramaturgo, revolucionário, vereador pelo PT no Rio de Janeiro, Augusto Boal chegou a ser indicado para o Prêmio Nobel da Paz em 2008. Um brasileiro que, como muitos outros de seus compatriotas, tem o seu trabalho reconhecido mais fora do Brasil do que no seu próprio país. A recente criação do Instituto Augusto Boal no Rio de Janeiro, dirigido por sua companheira Cecília Thumin Boal, pode ajudar a reparar essa lacuna.
Parabéns Boal, aonde quer que você se encontre.
Izaías Almada é escritor, dramaturgo, autor – entre outros – do livro “Teatro de Arena: uma estética de resistência” (Boitempo) e “Venezuela povo e Forças Armadas” (Caros Amigos).
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Fomos assistir a estreia de Murro em ponta de faca.
Ficamos muito emocionados, tristes e felizes.
Tristes lembrando os momentos difíceis , as perdas, os desenraizamentos.
No final da peça Fabian falou com o  elenco e contou como se sentia ele , uma criança, que não entendia porque tinha que se separar dos seus amigos, perder a sua casa, os seus amigos, deixar o seu cachorro.
E não entendia porque nos, os pais, não explicávamos, não podíamos explicar. Porque tinhamos muito medo.
E esse medo era também medo de que criança falasse na escola, contasse para os amigos o que estava acontecendo com a gente.
Nos queríamos ir embora sem ser notados,  tamanho era o nosso medo e a nossa angustia.
Tudo isso reencontramos hoje no espetáculo do Murro , na montagem de Paulo José, tão sensível e  tão bem interpretada pelo elenco de Curitiba.
O medo, a angustia, o tédio, a solidão, as saudades
Só podemos dizer a todos, não deixem de ver este espetáculo.
Certamente não somos muito objetivos nem podemos ser, mas pensamos que realmente vale muito a pena!
Ficamos de retornar, para no final de espetáculo ter debate com o público.

Todos os integrantes do Instituto Boal desejamos manifestar a nossa alegria, o nosso verdadeiro prazer,  pela estreia de Murro em ponta de Faca, a peça que Augusto escreveu  sobre o exilio durante o seu exilio.
Dirigida pelo magnifico ator , diretor e querido amigo Paulo José,  fundador, junto com Augusto , do Teatro Arena de São Paulo.
A peça está em cartaz no Teatro Sesc de Copacabana.
Sem duvida é imperdivel!
A nossa turma estará presente na estreia e voltaremos depois com mais noticias
Convidamos todos a assistir e esperamos os vossos comentarios no nosso blog.

Materia no Jornal “O Globo”, mais no site Globo on-line
Link Veja


Augusto era uma pessoa viva e muita viva.
Por isso não queremos que todos os textos , as fotos, os livros fiquem num museu.
Queremos sim, ter um espaço , uma casa que tenha  não só a função de preservar
os muitos e riquissimos documentos mas que possa também oferecer cursos,
oficinas, seminarios, um lugar de encontro, de encontros, muitos encontros,
de dialogo aberto e de enlaces no melhor estilo de Augusto Boal.
De encontro também com outros artistas que precisem de um espaço para mostrar
o seu trabalho
Nos aguardem!!!

Foi realizada nesta quinta-feira, dia 31, na sede da Seccional, a cerimônia de entrega do 38º Prêmio Jurídico Augusto Boal, que homenageou o dramaturgo ao tratar do tema “Cidadão não é aquele que vive em sociedade; é aquele que a transforma” -Teatro Legislativo – Exercício Pleno da Cidadania e Processo Legislativo.
O concurso avalia obras inéditas de advogados e estagiários e destacou, nesta edição, os trabalhos de Jamile Khede Israel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), premiada com 12 mil reais pelo primeiro lugar, e de Naira Gomes Guaranho de Senna, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que recebeu 10 mil reais pela segunda colocação na categoria ‘Advogado’.

Na abertura da solenidade, o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, ressaltou o orgulho da Ordem em homenagear Boal, exímio defensor dos direitos humanos, que lutou, com sua arte, pela inclusão social das classes menos favorecidas: “Não foi à toa que escolhemos Augusto Boal para dar nome a esse prêmio, porque ele tem, de certa forma, a cara da nossa gestão. Tudo que o ele fez diz respeito àquilo que nós buscamos a frente da OAB/RJ”.
A viúva do dramaturgo, Cecília Boal, esteve presente no evento para receber as homenagens a Augusto e disse que, embora ele tenha ganhado muitos prêmios, tinha uma alegria especial em ver seu nome lembrado pela OAB, por ele, a sua maneira, ter advogado pela causa dos direitos humanos, em todos os sentidos: “Fico feliz com a possibilidade de essa nova geração pesquisar sobre o Augusto e ver sua luta, na época da ditadura, pela cidadania .
Materia na integra no site da OAB-RJ 

Walter Salles e Cecilia Thumim Boal


Fernanda Montenegro e Cecilia Thumim Boal


Sylvia Moreira e Celso Frateschi


Celso Frateschi, Sylvia Moreira e Aderbal Freire Filho


Helen Sarapeck, Barbara Santos e Roni Valk


Sergio de Carvalho, Claudette Felix, Mineirinho e mais dois integrantes do MST

Fernanda Montenegro


Cecilia Thumim Boal


Fernanda Montenegro


Celso Frateschi


Companhia do Latão


Companhia do Latão


Cecilia Thumim Boal e Rosa Luisa Marqués


Helen Sarapeck -Coordenadora do CTO-RIO


Clara de Andrade, Maria Souto, João Gabriel Souto e Marcus Thadeu


Clara de Andrade e João Gabriel Souto


Ana Bard, Raul Serrador, Jayme Vignoli, Luiz Flavio Alcofra e Rui Alvim


Ana Baird e Raul Serrador


Cecilia Thumim Boal


Luca, Luiza, Cecilia, Cecilia e Pedro

É com esta frase que damos início ao blog do IB, enquanto o site não fica pronto.
Vamos postar as notícias, os acontecimentos, as homenagens prestadas, …