Augusto Boal

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O imaginário dos 50 anos do Golpe

01.04.2014

Confira a programação do Festival de teatro “O imaginário dos 50 anos do Golpe” no Centro Cultural São Paulo.

dia 1º/4 – terça – 16h

Liberdade é pouco
Grupo: Redimunho e convidados – texto: Dorberto Carvalho – direção: Rudifran Pompeu – elenco: Edmilson Cordeiro, Daniela Solano, Sergio Audi, Monica Raphael, Dorberto Carvalho e Rudifran Pompeu
Documentário cênico-poético. (75min, livre)
Espetáculo livremente inspirado no texto Liberdade, Liberdade, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, que foi encenado em 1965, no Rio de Janeiro, pelos grupos Opinião e Teatro de Arena. Na atual encenação um anjo, um corifeu e uma mãe, acompanhados de um coro, transitam por espaços e tempos, a partir de cenas, narrativas, depoimentos, frases, fragmentos de poemas e intervenções musicais que compõem um pequeno inventário sobre a censura, a tortura e a trajetória dos mortos e desaparecidos durante um dos períodos mais obscuros de nossa história recente.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Espetáculo itinerante, espaços externos 

de 3 a 6/4 – quinta a sábado, às 21h; domingo, às 20h

Corinthians, meu amor – segundo Brava Companhia – Uma homenagem ao Teatro Popular União e Olho Vivo
Grupo: Brava Companhia – texto original: Idibal Piveta (César Vieira) – dramaturgia: Fábio Resende – direção: Rafaela Carneiro – elenco: Ademir de Almeida, Cris Lima, Henrique Alonso, Joel Carozzi, Luciana Gabriel, Márcio Rodrigues, Max Raimundo e Sérgio Carozzi
Comédia épica (100min, 14 anos)
Originalmente escrita por Idibal Piveta (César Vieira), em 1966, a peça tem como enredo a vida na capital paulista que gira, toda ela, e em todos os setores, ao redor do Sport Club Corinthians Paulista e dos trabalhadores e trabalhadoras torcedores do, então, “time do povo”. Corinthians, meu amor – segundo Brava Companhia – uma homenagem ao teatro popular união e olho vivo, quer ser uma peça como uma festa. Festa de denúncia, anunciação, diversão e crítica. Festa de homenagem ao Teatro Popular União e Olho Vivo.
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, até dois ingressos por pessoa, duas horas antes do início do espetáculo
Sala Adoniran Barbosa (622 lugares)

dia 4/4 – sexta – 21h

Sociedade mortuária
Grupo: Cia. do Latão – direção e dramaturgia: Sérgio de Carvalho – elenco: Helena Albergaria, Ney Piacentini, Renan Rovida, Rogerio Bandeira, Carlos Echer, Adriana Mendonça, Martin Eikmeier, Alvaro Franco, Fernanda Gonzalez, Erika Rocha e Ricardo Monastero
Híbrido. (90min, 14 anos)
Primeiro ato de Ópera dos Vivos, a peça se inspira na história das Ligas Camponesas, surgidas no interior pernambucano em fins dos anos 1950, a partir das chamadas “sociedades mortuárias”, associações de camponeses que se cotizavam para comprar caixões e realizar enterros dignos. O tema foi tratado no passado por autores como Antônio Callado e inspirou peças ligadas ao CPC (Centros Populares de Cultura), um dos principais movimentos de renovação da arte teatral no País, como se vê no filme Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho. A versão da Companhia do Latão desenvolve o assunto no contexto mundial da Guerra Fria e aproxima, com a liberdade da parábola histórica, o trabalho das Ligas Camponesas das jornadas de alfabetização de Paulo Freire. O simbolismo da luta de classes no campo surge aqui, também, como reflexão sobre a beleza e a dificuldade de politização da arte.
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, até dois ingressos por pessoa, duas horas antes do início do espetáculo
Espaço Cênico Ademar Guerra (180 lugares)

dia 5/4 – sábado – 21h 

Hamlet e o filho do padeiro
Grupo: Cia. do Latão – direção e dramaturgia: Sérgio de Carvalho – elenco: Helena Albergaria, Ney Piacentini, Renan Rovida, Rogerio Bandeira, Carlos Echer, Adriana Mendonça, Martin Eikmeier, Alvaro Franco, Fernanda Gonzalez, Erika Rocha e Ricardo Monastero – participação especial: Cecília Boal
Híbrido. (90min, 14 anos)
Inspirada em cenas da peça Hamlet, de William Shakespeare, e no livro Hamlet e o filho do Padeiro, de Augusto Boal. A apresentação marca o lançamento do livro homônimo, pela Editora Cosac Naify, e é um diálogo da Companhia com a memória de Boal, um dos artistas centrais da cena brasileira nos últimos 50 anos.
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, até dois ingressos por pessoa, duas horas antes do início do espetáculo
Espaço Cênico Ademar Guerra (180 lugares)
* Após o espetáculo haverá o lançamento do livro Hamlet e o filho do padeiro, da editora Cosac & Naify.

dia 6/4 – domingo – 20h 

Morrer de pé
Grupo: Cia. do Latão – direção e dramaturgia: Sérgio de Carvalho – elenco: Helena Albergaria, Ney Piacentini, Renan Rovida, Rogerio Bandeira, Carlos Echer, Adriana Mendonça, Martin Eikmeier, Alvaro Franco, Fernanda Gonzalez, Erika Rocha e Ricardo Monastero
Híbrido. (90min, 14 anos)
Quarto e último ato de Ópera dos vivos, a ação se passa em um estúdio de televisão. São cenas prosaicas, vistas sob o olhar crítico que identifica na produção cultural de hoje relações em que o trabalho artístico se formata e se vende como qualquer ourtra mercadoria. É o ponto de chegada e o retrato vivo, nevrálgico, de alguns dos aspectos em que resultaram os últimos 50 anos de cultura e política no Brasil.
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, até dois ingressos por pessoa, duas horas antes do início do espetáculo
Espaço Cênico Ademar Guerra (180 lugares)

de 8 a 10/4 – terça a quinta, às 14h

Uni-v oco s
Grupo: Companhia Les Commediens Tropicales – elenco: Carlos Canhameiro, Daniel Gonzalez, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini e Tetembua Dandara – músicos: Beto Sporleder, Daniel Muller, Guilherme Marques e Rui Barossi
(65min, livre)
As gerações mortas oprimem como um pesadelo o pensamento dos vivos e somos nós, os vivos, que re(con)destruímos tradições atuais e futuras, como cachorro que morde o rabo ou como o rabo que provoca o cachorro. A Cia. Les Commediens Tropicales segue a trilha da intervenção urbana com parceria do Quarteto à Deriva para colocar no espaço atual as tradições vivas das gerações. Porque precisamos arrancar a relva para que o verde permaneça “verde que te quiero verde”.
Entrada franca – sem necessidade de retirada de ingressos
Espetáculo itinerante, espaços externos

de 11 a 13/4 – sexta e sábado, às 21h; domingo, às 20h

Três movimentos
Grupo: Cia. Ocamorana – direção e dramaturgia: Márcio Boaro – elenco: Alexandre Krug, Erika Coracini, Maria Dresden, Monica Raphael, Manuel Bolcinhas e Samanta Precioso – músico: Bruno Boaro
(90min, 14 anos)
A história recente do Brasil retratada a partir de três recortes, distantes 20 anos entre eles: década de 1970 – os defensores das utopias políticas em confronto com a ditadura; década de 1990 – os que lutaram contra a ditadura na maturidade política e o neoliberalismo como cultura hegemônica no mundo; década presente – o debate político, o Brasil e o mundo discutem um novo momento, a história não acabou.
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, até dois ingressos por pessoa, duas horas antes do início do espetáculo
Espaço Cênico Ademar Guerra (180 lugares)

de 11 a 13/4 – sexta e domingo, às 21h; sábado, às 22h 

Revolução
Grupo: Club Noir – texto e direção: Roberto Alvim – elenco: Juliana Galdino, Renato Forner e Paula Spinelli
(45min, 14 anos)
Uma análise poética das forças que geraram o Golpe de 1964: seus múltiplos vetores contraditórios, o campo de alta complexidade política que desencadeou os acontecimentos terríveis dos anos de repressão. Uma retrospectiva ressignificada, que tenta desvelar as raízes obscuras de um regime de força, assim como o traçar de analogias entre aquele período e nossa conturbada contemporaneidade.
Entrada franca – retirada de ingressos: na bilheteria, até dois ingressos por pessoa, duas horas antes do início do espetáculo
Sala Jardel Filho (321 lugares)