Augusto Boal

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Murro em ponta de faca

17.04.2011

Fomos assistir a estreia de Murro em ponta de faca.
Ficamos muito emocionados, tristes e felizes.
Tristes lembrando os momentos difíceis , as perdas, os desenraizamentos.
No final da peça Fabian falou com o  elenco e contou como se sentia ele , uma criança, que não entendia porque tinha que se separar dos seus amigos, perder a sua casa, os seus amigos, deixar o seu cachorro.
E não entendia porque nos, os pais, não explicávamos, não podíamos explicar. Porque tinhamos muito medo.
E esse medo era também medo de que criança falasse na escola, contasse para os amigos o que estava acontecendo com a gente.
Nos queríamos ir embora sem ser notados,  tamanho era o nosso medo e a nossa angustia.
Tudo isso reencontramos hoje no espetáculo do Murro , na montagem de Paulo José, tão sensível e  tão bem interpretada pelo elenco de Curitiba.
O medo, a angustia, o tédio, a solidão, as saudades
Só podemos dizer a todos, não deixem de ver este espetáculo.
Certamente não somos muito objetivos nem podemos ser, mas pensamos que realmente vale muito a pena!
Ficamos de retornar, para no final de espetáculo ter debate com o público.